sábado, 17 de agosto de 2019

SER COMO O VENTO


O vento leva-me para onde quero estar
e as árvores são minhas amigas…
ali encalho, finjo que me aquieto, que vou parar
e brejeiro, mais adiante, levanto as saias às raparigas.

Se agora corro sou ciclone ou tempestade;
não tarda, uma leve brisa nas cortinas da janela;
tudo depende do sopro e da vontade,
derivo à vista como antiga caravela.

Faço oscilar as folhas ou talvez elas tremeliquem
com a aragem por serem folhas e mais nada,
mas quero que elas pendam dos ramos e que fiquem
só eu vagueio e me dissipo na vida airada.