sexta-feira, 1 de junho de 2018

JOSÉ SARAMAGO

Rua da Esperança, sala com os livros e a foto de Isabel da Nóbrega


Eu tinha os livros e papeis cheios de rasuras,
de esperança, como a rua onde moravas,
de onde me expedias as críticas e censuras
e os conselhos que te pedia e tu me davas.

Lanzarote é apenas um lugar longe, a sul;
um vazio entre o coração e o estômago,
não mais que isso e um imenso mar azul
onde flutua e te leva dentro, José Saramago.

A tua obra? Ganhei em cada página impressa
muito da devoção que tenho à literatura,
que vou lendo e relendo sem qualquer pressa.

Somente pelo prazer de ler, à minha altura,
vou dando voz ao ímpeto que não cessa,
e deixo-te estes versos já sem rasura.