quarta-feira, 1 de julho de 2015

VER


Se olho é porque olho;
e se não olhar não vejo,
e se não vir, não escolho,
não decido nem elejo.

Se olhar a espiga ao sol,
que vejo senão espiga,
que vejo senão sol?
O olhar que o diga.

Vendo, o olhar não pára,
é o que sinto; o que digo:
ali vejo uma seara,
um mar de pão de trigo.