sábado, 5 de outubro de 2013

POEMA PARA HIERONYMUS BOSCH


Como hei-de dizer de ti, como de mim disseste?
Sim, de mim, que sou gente por aqui ou belzebu
e pinto de igual o que é inferno e o que é celeste.

Aqui me tens em efémero deleite, um teu criado,
jogando as peras mas sempre atento e, no fundo,
não passo dum joguete, dum projecto mal talhado,
a contas com esses tais possuidores do mundo.

Não lhes darei tréguas enquanto for eterno…
Serei talvez apóstolo da alegria, como foste tu
e que me sobre mundo, no céu ou no inferno.