A partir do próximo post vou deixar a poesia descansar e passarei a contar-vos uma história (ficcionada) sobre… urbanismo, isto é, de como se vive na cidade moderna. A estória terá de ser contada por capítulos, caso contrário poderia ser acusado de alguns torcicolos e eu não quero que tal aconteça. Já há por aí coisas a mais para carregarmos às costas.
Ah, a estória chama-se Telas Finais. Até lá.
Para já, um pequeno texto de introdução, depois lá iremos…
O sol rompeu as nuvens escuras e cravou os seus raios em toda a praça. Emergiu então o edifício de betão e ferro. Os raios de sol não tinham já qualquer importância. Os meus olhos morreram naquele instante… e a memória contou-me uma estória de embalar:
-Aqui, neste local onde nos encontramos, vou construir uma ponte suspensa, a maior e mais imponente que alguma vez os vossos olhos enxergaram – disse o autarca, chispando com a flama daquela ideia tão surpreendente –
- Mas não temos rio, Senhor Presidente, para quê uma ponte se não temos rio?!
- Não temos, é verdade. Hoje. Considero isso um erro da natureza… - lamentou o autarca – Mas se um dia o tivermos, já cá está a ponte, a maior alguma vez vista e a memória de alguém que teve visão e se antecipou aos elementos!