Não vou dizer-te nada que não saibas
ou que não queiras.
Não tenho atrevimento para te inquietar
e construir contigo uma realidade que não vês.
Não vou dizer-te absolutamente nada,
por ser escusado e não faltar quem te minta.
Não vou dizer-te nada que não saibas
ou que não queiras.
Não tenho atrevimento para te inquietar
e construir contigo uma realidade que não vês.
Não vou dizer-te absolutamente nada,
por ser escusado e não faltar quem te minta.
Às
vezes chove e eu vejo essa água molhar-te,
impiedosa.
Na cidade é assim: a chuva molha
cruelmente
as pessoas, desfigura-as
até
se confundirem com a desumana chuva.
Aqui,
na horta que frutifica na minha memória,
é
uma bênção. Podia chover o ano inteiro,
que
seria sempre bem-vinda a água. E mais não digo,
enquanto
não estiver completamente enxuto.
Ela lá e ele, do lado de cá,
disse olá.
Fez eco lá; ouviu ela acolá.
É boa, olá lá.
O constant’ hino
tocado sem destino
troca o tino
do cretino, a’rmar ao fino:
(“lavamos catandirrindo
levados, levados, sim…”)
Dirão na morte a perda,
oh morte inesperada!
De mim ninguém m’herda
Nada!