Amilcar Cabral 1924-1973. Poema a propósito do segundo aniversário do seu assassinato
Uma lágrima bailou na pálpebra
vermelha
um rosto indefinido.
(Um minuto de silêncio
em memória de Amilcar Cabral)
Num caudal de braços erguidos
floresce o desejo de ser livre:
é o povo que se levanta!
Em uníssono
rompe o canto
e a luta,
canto negro,
africano.
- Alegria de voltar
à pátria renascida.
Já a lágrima rolara na face
e sumira por entre a terra ávida
quando evoluiu o batuque:
tan tan
povo, alegria!
tan tan
mãe África sorri!
tan tan
nasce de novo!
tan tan
Liberdade!
Quem disse que no pó da madrugada
corria sangue?
Quem disse que o tempo parou?
Quem disse que morreu um militante?
Ele está vivo.
És tu!