quarta-feira, 15 de agosto de 2012

UMA MÃO CHEIA DE TERRA


Uma mão cheia de terra
é todo o mundo e é nada;
uma semente que espera
na mão de terra encerrada.

Tem a ciência concisa
e até a luta de classes
e a proporção precisa
de ácidos, de sais e bases.

Tem até um sol aceso
num universo de estrelas.
Tem volume, forma e peso
sem contar com bagatelas.

E nada mais tem, tendo tudo,
que para tal não falta tema,
tendo a terra e, contudo,
não mais que este poema.

Eis a verdade que encerra
este universo, em suma,
uma mão cheia de terra
é tudo e coisa nenhuma.