Ovídio Martins vive em silêncio
dentro de cada verso seu.
Mora aí na ponta de praia desde o ventrede sua mãe, soterrado por mil ou dez mil poemas
mestiços, tanto faz.
Quem lhe tirou o som do mar, até o de Pasárgada,
não sabia que um poeta ouve com o coração,
o imbecil carrasco.
Sentado na esplanada da pracinha
escrevia versos em guardanapos de papel
e Santiago amanhecia num poema
debruçado sobre as grades que separam o Atlântico
mar, prisão e liberdade, do mundo silencioso à sua volta.