Nunca escrevi sobre peixes. Prefiro a elegância dum par
de asas
ao tremor constante das barbatanas. Não o digo por
desdém,
por mero capricho. Outrossim, com as pálpebras de água
rasas,
porque adoro os oceanos, os rios, tal como o céu do meu
vaivém.
São elegantes, os peixes e as escamas dão-lhes luz e
graça,
se mais não dessem, e toda a agilidade na água onde
prosperam.
Às vezes, junto ao rio, detenho-me quando um cardume
passa,
o meu desejo é tocar-lhes mas eles esgueiram-se e nunca
esperam…
Pioram as coisas em águas turvas, altera-se a emoção.
Qual aquário, qual cardume, qual anfíbio, ágil marujo!
Se o dito é daqueles que nunca se dão por saciados, um
tubarão,
então não me esperem contemplando as águas, porque fujo.