domingo, 29 de novembro de 2020

SOBRE A IDIFERENÇA


Não queria escrever um poema pessimista

porque a meu ver há apenas poemas.

Às vezes os poemas são pessimistas, outras

são poemas que fingem a verdade do poeta

e são frágeis poemas de coisas alvas e sublimes.

As flores nascem com esforço, como os homens;

das pedras não tenho ainda notícia.

Se tudo é persistência e luta, se a vida é sacrifício e dor,

Por que razão a poesia haveria de ser diferente?

O que nada pode ser é indiferente.