Por vezes dávamos as mãos e tínhamos prazer
na mão que abraçava a nossa, quente ou fria,
que nos alterava o sentido ao movimento,
ao arrepio do corpo, aos hábitos da alma.
Por vezes dávamos as mãos e o sangue corria
de uma para outra mão, como se os corpos unidos
fossem uma alma só, um fluido de ilusão
adormecido nos dedos, nos medos da criação.
Por vezes dávamos as mãos e tínhamos prazer.