O
cego tinha sede e bebeu da fonte.
Depois,
por enxergar o sol, chorou
ao
vê-lo despontar no horizonte
e
ao negrume não mais se acomodou.
O
surdo, para quem o leito cristalino
de
água pura era somente um rio,
ali
matou a sede e chorou como menino
quando
ouviu da torrente o assobio.
O
mentiroso, aos sorvos, tentou
saber
também o que era aquilo
sem
sede, não soube o que provou
e
chorou lágrimas de crocodilo.