sexta-feira, 25 de abril de 2014

ABRIL


Em Abril, já o grito de revolta era maduro,
já o trigo intenso rompia na seara.
Em Abril, já a claridade era sol puro,
que, pela bondade, era ainda coisa rara.

Ao matiz das papoilas nada se compara,
nem aos cravos ardentes, que do escuro,
brotaram rubros,  naquela manhã clara,
ao mesmo tempo a luz e o seu futuro.

Nada a declarar. Além da liberdade,
em rascunho, alguns apontamentos
clandestinos para esse Abril de tenra idade.

Cresceu. Foi Maio noutros momentos,
foi em pouco tempo uma eternidade
e foi depois Novembro e outros ventos.