Em Abril, já o
grito de revolta era maduro,
já o trigo
intenso rompia na seara.
Em Abril, já a
claridade era sol puro,
que, pela
bondade, era ainda coisa rara.
Ao matiz das
papoilas nada se compara,
nem aos cravos
ardentes, que do escuro,
brotaram
rubros, naquela manhã clara,
ao mesmo tempo
a luz e o seu futuro.
Nada a
declarar. Além da liberdade,
em rascunho,
alguns apontamentos
clandestinos
para esse Abril de tenra idade.
Cresceu. Foi
Maio noutros momentos,
foi em pouco
tempo uma eternidade
e foi depois
Novembro e outros ventos.