segunda-feira, 12 de outubro de 2009

DAS ÁRVORES



Alegria incompleta onde as palavras
nidificam entre pássaros e metáforas

em cada madrugada tingem mais de pólen
e sobressalto o empedrado das avenidas
das solenes avenidas com bar ao fundo

respiração avulsa e inquietude
é quanto as árvores podem dar-nos
se ainda tivermos tempo e fingimento

3 comentários:

  1. A árvore, na imagem é majestosa. Feriram-na no tronco. "Coisas" de homens!
    "Incompletas" as do poema... "sobressalto, inquietude, fingimento"... Deixarei que as palavras nidifiquem, para me fazerem entender as metáforas.

    Um beijo

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  2. Mandei para ti e para Graça.

    Serenata

    Uma noite de lua pálida e gerânios
    ele viria com boca e mão incríveis
    tocar flauta no jardim.

    Estou no começo do meu desespero
    e só vejo dois caminhos:
    ou viro doida ou santa.

    Eu que rejeito e exprobro
    o que não for natural como sangue e veias
    descubro que estou chorando todo dia,
    os cabelos entristecidos,
    a pele assaltada de indecisão.

    Quando ele vier, porque é certo que ele vem,
    de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
    A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
    só a mulher entre as coisas envelhece.

    De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
    Como a fecharei, se não for santa?

    (Adélia Prado)

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  3. E tanto, tanto que nos dão as árvores abrigando nos seus ramos os sonhos, a magia das palavras, dos sonhos por concluir e dos desejos a renascer.
    Lá no alto onde a luz se mistura com os ninhos e o cantar das palavras por sonhar.
    Bonita foto e se não houvesse mais palavras valia sempre pelo sonho

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