domingo, 4 de outubro de 2009

O TRAJE


Dentro da lapela há uma tela
e em tê-la se entretém a vida,
como no mar alto içar a vela
esperar do vento o invento da saída.

De facto, o fato é um afecto
ou o tacto de um braço nu.
Assim o branco é brando no aspecto,
quando brinda em lençol de pano cru.

Por fim, o toque do laço
e para que o lenço realce, ao centro
o lance alongado do traço
e a legenda: frágil, leva gente dentro.

7 comentários:

  1. Subtil, doce e... frágil!
    Amei.
    Beijo, João.

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  2. Amigo João.
    Eu acho que:

    "De fato, o fato é um afeto..."

    Que tal, não fica bem? ahahaha...
    Bom Domingo.
    Um abraço
    victor Gil

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  3. Bem, isto enquanto vivo que depois...

    EPITÁFIO PARA UM POETA

    As asas não lhe cabem no caixão!
    A farpela de luto não condiz
    Com seu ar grave, mas, enfim, feliz;
    A gravata e o calçado também não.
    Ponham-no fora e dispam-lhe a farpela!
    Descalcem-lhe os sapatos de verniz!
    Não vêem que ele, nu, faz mais figura,
    Como uma pedra, ou uma estrela?
    Pois atirem-no assim à terra dura,
    Ser-lhe-á conforto:
    Deixem-no respirar ao menos morto!

    José Régio

    Beijinhos

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  4. Boa Noite Amigo.
    Que prazer me dá poder ler estas frazes.
    O fato é farpela que veste o homem nú.
    O fato não é vela nem tela nesta vida tão crua.

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  5. De fato... Se bem que de facto, é tão mais charmoso. :) Boa semana, João!

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  6. Bom dia.

    Quando vejo tua foto e leio teu soneto me pergunto, quem será ele?

    Bem ainda tenho sinal de internet, parece mentira mas a desorganização no Brasil é facto, enquanto as operadoras agirem assim livres seremos os palhaços, e sei que vai me custar em reais este tempo.

    Beijo e um ótimo dia.

    Reanata

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  7. Visitei...gostei do que até agora li, sem ter ainda entrado no espírito do poeta...mas um abraço.

    Tere

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