A
banca, não produz, não cria:
à
matéria prima apenas incorpora
alcavalas,
juros de mora
que
dá pelo nome de economia.
Mas
coisa acabada, mercadoria,
nada:
apenas a jeito do cliente,
uma
mão atrás outra à frente
tudo
em perfeita harmonia.
Gera
lucros, é claro, se não falia,
mas
esse valor acrescentado,
dinheiro
singelo por dobrado
é
embuçado e faz parte da fantasia.
O
banco é um moderno agiota
de
camisa branca, gravata, perfumado;
matreiro
bastante para viver do Estado,
queixando-se
da banca rota.
O
mercado é a alma do banco,
no
cofre forte ou em segredos tais,
ocultos
em paraísos fiscais,
de
onde só sai fumo branco.
E
ao povo, que parte da banca lhe cabe?
Taxas,
ordens de pagamento,
um
inferno de contas sem provimento
mais
as que paga e não sabe.