quinta-feira, 23 de abril de 2020

46º. POEMA SOBRE ABRIL


Ao mesmo tempo um sonho e um grito,
assim foi Abril daquele iluminado ano:
de mãos dadas, o presente e o infinito,
rompendo as brumas do tempo insano.

Ao sonho e ao grito juntou-se a esperança
de um país de liberdade e com futuro:
da árvore que é regada e por fim se alcança
pelo esforço, o fruto então maduro.

Não importavam as noites de chão pisado,
de amargos frutos, rosas com muito espinho…
Era em frente com a rabiça à testa do arado.

O que foi a eito corre agora em desalinho,
porém, Abril não morre; nunca está parado:
torce, torna, não pereceu o povo nem o caminho.