quarta-feira, 3 de abril de 2019

À LUZ DOS OLHOS


Às vezes pressinto que posso ver-te, e tudo não passa
de uma ilusão de néons e raios de sol imaginários…
Pequenas luzes intermitentes, o cio dos vaga-lumes,
e em redor a noite calma, silenciosa e escura.

Além, um farol em movimento constante…
Permanece a treva, o manto de nevoeiro, agora tão negro
como a noite à sua volta. Mais nenhuma luz,
céu e terra conspiram para que nada exista em redor,

a não ser aquele ponto reluzente, ao longe,
que finjo acreditar ser a Estrela do Norte,
e se o for de nada me serve a ousadia do seu brilho,
de nada me serve a oferta a anos luz de mim.

Quando a luz vier haverá um manto de negrume
para a receber de braços abertos. A claridade possível.
Então saberei de onde vem, que abertas a permitem
e a falta que me fazem os teus olhos olhando os meus.