É na penumbra que acontece,
quando o vento alonga os braços,
e antes que a brisa cesse
ensaiam os primeiros compassos.
Depois da folha, depois do fruto,
que é a devolução da semente,
depois do inverno e do luto,
as árvores dançam, finalmente.
Não daremos conta, porém,
que não é música para os ouvidos;
o que as árvores dançam provém
de outros diferentes sentidos:
O pé de dança é a raiz da vida,
que sobressai, e devagar avança…
Sacode os ramos, e de seguida
embala, como fazemos em criança.