(Glosa da conhecida cantiga de amigo do rei Diniz)
Já vai longe, longe, a caravela
e o sol a bordo
dela.
Ai Povo, e u é?
Flutua airosa como só ela
de vela panda, lá vai ela, lá vai ela.
Ai Povo, e u é?
A estibordo não há ninguém,
não sei se vai, se vem.
Ai Povo, e u é?
E quem vem nela, quem nela vem:
traições, arbítrios, zés-ninguém…
Ai Povo, e u é?
Águas mortas, mortas ao abandono,
até as areias têm dono.
Ai Povo, e u é?
Mais já não posso, mais já não digo,
não me vá pela sorte o castigo.
Ai Povo, e u é?
De tanto mar, de crenças mil,
serão trovas ou lembranças de Abril?
Ai Povo, e u é?