Passo
a vida a cumprir leis, estas e não aquelas,
por
isso também infrinjo normas e decretos
e
regulamentos e mandamentos avulsos,
que
terei sempre de observar,
mesmo
que nunca os tenha visto mais gordos.
O
legislador é como um alfaiate,
que
talha e corta o pano conforme o cliente
e
põe em prova com a habilidade e a arte dos alfinetes;
como
um camponês, que enterra o arado
e
rasga a eito a terra a semear o que o tempo lhe permitir,
o
que for subsidiado, o que for abençoado.
É
o que me dizem. Só não compreendo por que tem de ser
um
funcionário com cara de poucos amigos ou
um
polícia com mau hálito
a
explicarem-me os imbróglios em que me meto, segundo a lei.
Estarei
atento ao relatório da medicina legal,
curioso
por saber a morte que de direito me cabe,
coisa
que ninguém terá obrigação de me explicar,
para
não dizer que é inútil insistirem.
Ninguém é obrigado a fazer o impossível.