quarta-feira, 9 de março de 2011

INTIMIDADE


Hoje vou dizer algumas coisas que nunca te disse:
um lençol de linho, bordado pela minha avó,
com rosas iguais na orla das almofadas;
o cheiro a alfazema dum baú qualquer da minha infância;
um beijo no escuro e outro descarado;
os sonhos povoados de enigmas que nunca soube explicar;
o meu estulto defeito de não ter defeitos;
o par de mãos que tocam, por fora, toda a minha vida;
todos os caminhos.
Que mais intimidade posso dar-te?

5 comentários:

  1. João
    A sua INTIMIDADE a começar nos lençóis de linho,
    onde se adivinha o toque, está lindissimo!!!
    1 beijo parabéns.

    Lídia

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  2. Não sei que dizer.
    Intimidade serão lençois bordados ?
    Serão par de mãos que tocam por fora ?

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  3. Não sei se a intimidade será (só) a rosa bordada num lençol de linho ou o baú onde se (res)guardam outras peças tecidas por mãos hábeis das nossas avós...

    Baús guardam lembranças que se alguém tentar violar...
    - "chame ladrão" - como ouço na música, para que ninguém passe o vão da escada!

    Penso que o segredo está na rosa :)

    Beijinho, MJ

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  4. Olá Poeta,
    Fiquei a pensar na sutileza da tua intimidade
    da alvura, da leveza, do perfume...
    nas linhas que transbordas a memória
    de um sentir que toca a tua história...

    Lindo teu escrito!
    Beijos,
    ROsana

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  5. Dizer das intimidades não é coisa fácil.
    Mas quem tem a poesia a correr nas veias, será sempre absolvido de todos os "pecados íntimos" :)
    Muito rente ao sentir, este poema que é como quem diz: íntimo ao ponto de parecer sussurrado.

    L.B.

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