A noiva não mostra um arrumado bouquet
de espampanantes papoilas, mas de rosas.
Ainda que estas sejam só para quem vê
e a brava flor a chama íntima das fogosas.
Mas se mentir quiser a noiva prazenteira,
pode, sobre o ventre inchado, qual balão,
decorar-se de casto ramo de oliveira,
mas papoilas é que não, papoilas é que não!
Quando muito, estrelícias, verde rama ou goivos,
gerbérias, buganvílias, espigas férteis, loiras,
que dão realce às flores e dão aos noivos,
mas nunca a cor e a lascívia das papoilas.
Sou seu devoto, além do trigo nas searas,
quando rompem vermelhas ao sabor do vento,
cravos da mesma cor e outras menos raras,
mas isso é com outro fim; de outro casamento…
de espampanantes papoilas, mas de rosas.
Ainda que estas sejam só para quem vê
e a brava flor a chama íntima das fogosas.
Mas se mentir quiser a noiva prazenteira,
pode, sobre o ventre inchado, qual balão,
decorar-se de casto ramo de oliveira,
mas papoilas é que não, papoilas é que não!
Quando muito, estrelícias, verde rama ou goivos,
gerbérias, buganvílias, espigas férteis, loiras,
que dão realce às flores e dão aos noivos,
mas nunca a cor e a lascívia das papoilas.
Sou seu devoto, além do trigo nas searas,
quando rompem vermelhas ao sabor do vento,
cravos da mesma cor e outras menos raras,
mas isso é com outro fim; de outro casamento…
Pode levar um casto ramo de flor de laranjeira, mas de papoilas não.
ResponderEliminarGosto deste poema rico de cor e outas sugestões.
Mais um lindo poema João!!
ResponderEliminarAdorei, lindo lindo... Beijo
"Os contrastes da vossa terra
são mistérios desenhados
nos trigais talhados em ouro
nas papoilas bordadas nos campos"...
Rosana
João, já sabiamos que o "teu coração era vermelhão", mas o teu poema vermelho comporta todas as cores e é muito belo.
ResponderEliminarDois abraços Ana e Joaquim
Vai-se a ver e descobre-se que, também entre as flores, há classes sociais.
ResponderEliminarPapoilas são "gritos vermelhos"
Um beijo