segunda-feira, 24 de maio de 2010

DO AMOR


Que é do amor o rumo que nos leva
por desertos de areia e pedra dura?
E que é daquele outro que releva,
mas que o próprio amor não cura?

Que é do amor que sangra e dói,
que por ser amor é seu oposto,
padece de vontade e não corrói,
nascendo em cada dia já sol-posto?

Mas se o amor é a água que sacia
de um sorvo toda a sede presumida,
é também o que seca de agonia

por dentro e de forma consentida.
Corrompe para viver e, por ironia,
morrer de amor é como ganhar vida.

2 comentários:

  1. Afastando toda a ironia
    De forma suave e sentida
    Seja essa água que sacia
    Alimento em fonte de vida

    Belo soneto!
    Gostei muito

    Beijinho, MJ

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  2. João de Sousa Teixeira
    De você eu só poderia
    ler um grande Soneto,
    adorei,
    aqui de New York,
    saudosamente,
    Efigênia Coutinho

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