A guerra tudo devora; nada é à prova de bala neste
mundo:
esmaga os ossos, a carne e as sombras que projecta.
O seu rosto é o pó e a cinza, restos de sangue imundo,
no prometido lugar azul uma mancha viscosa e preta.
Até hoje, nenhum soldado ganhou uma guerra. Os
generais
são os vencedores em todas elas: coçam-se, riem do
povo,
exibem os galões e os dentes escovados nos telejornais
e falam de coragem, de valentia alheia feita de sangue
novo.