De que valeu aos mais a escapatória,
o palco, os veludos, as purpurinas?
Aqui combatíamos pela efémera glória
a troco de tafetás e popelinas.
Tivemos, porém, deste lado, a história
macerada de várias sortes, de várias sinas.
Um tempo insano cuja memória
se fez de medo e caixas de aspirinas.
Aquele que nos zelava e não dormia,
- Inventor do absurdo e da sordícia -
atulhou-nos as algibeiras com lama.
Sabia-se em
Nova Yorque ou em Alfama,
que em Portugal o cárcere, as letras pela rama,
a côdea e a tabuada, já eram bastante pedagogia.