Na água me inspiro e tenho fé,
água doce e corrente, aqui ao pé,
que mata a sede, consumida,
mas que, correndo, nos dá vida.
Água de beber, água a cantar
nas pedras antes de desaguar,
naquele mar imenso, seu endereço,
junto às lágrimas do que padeço.
Água por tudo e por nada,
a que corre, depois fica parada,
à espera que o homem se decida:
morte ou vida, morte ou vida?