sexta-feira, 9 de março de 2012

CASA MORIBUNDA


Esconde-se a casa na muralha
(encostada ao arco, por esmola)
além, a Praça, o museu, a escola
e aqui se encobre o que atrapalha.


E que vergonha tem a pobre casa
andrajosa, como indigente criatura,
três barrotes pregados à cintura,
o que já não adianta nem atrasa.


Solene, de emblema na lapela,
este sem mancha nem mazela,
evoca ainda o bispo padroeiro.


O venerável arco, sobranceiro,
faz pose ao turista a tempo inteiro,
a casa é que ninguém quer saber dela.