Fotografia obtida pela Maria José em Montes da Senhora, que ma ofereceu, de propósito, para este soneto.
Não sei o que pensa; se pensa o vento; por que agita o ar; se é temperamento;
ou por que se aquieta e morre devagar,
quando me inunda o peito e deixa respirar.
É feitio seu; modo de ser da natureza
ou então coisa alguma, com certeza
flui por ser livre e ser ao mesmo tempo
etéreo, soberano, altivo, vento…
Vento que for, será sempre passageiro,
seja ele brisa ou desafio de aguaceiro,
cessando pouco a pouco até parar.
Todo o vento é bom para quem o desejar:
para mim, repito, quero-o manso ao respirar
mas o mesmo não serve para o moleiro.