Não sei se assim pode ser,
em vez de anos, que horror,
ano a ano fazer uma flor:
este ano, um malmequer,
no ano que vem, uma rosa,
a seguir, um amor perfeito
e mais em verso ou mais em prosa,
no seguinte leva-se a eito
uma gerbéria elegante,
um goivo ainda em botão
ou papoila ondulante
numa seara de verão.
Dálias também hão-de vir
de porte solene e fantástico.
Só no fim irão florir
porque inevitáveis serão
ramos de flores… de plástico.