Na doca ilegal
atraca um navio ilegal
com carga ilegal
estivado por homens ilegais
com salários ilegais
Um milhão de mortos anónimos
chegam à pátria
após luta voraz contra
os povos soberanos
a memória angustiada
de um milhão de mães
e o bronze esculpido
num milhão de cruzes de guerra
são testemunho inexorável
de toda a história
Na doca ilegal
atraca um navio ilegal
com carga ilegal
estivado por homens ilegais
com salários ilegais
As carcaças podres do último naufrágio
amontoam-se ainda nos jardins
insuspeitos da casa quase branca
as notícias oficiais violam todos os obstáculos
lacónicas
interrompem sorricínicas o folhetim
dos humanos direitos
para informar que as últimas remessas
do refrigerante xis saíra com doses
excessivas de cocaína
Na doca ilegal
atraca um navio ilegal
com carga ilegal
estivado por homens ilegais
com salários ilegais
Uma lágrima salga o pranto
negro e mole da multidão atónita
soam rajadas como relâmpagos
mortíferos
um corpo mais empapa a valeta
incompreensivelmente
às portas de Washington
um granito anuncia orgulhoso
às gerações vindouras
em letras de urânio:
american way of life
O sol morno das manhãs de primavera
alumia doce a sudoeste a pequena Fresno
o Mississipi
esculpe as margens sem memória
atraca um navio ilegal
com carga ilegal
estivado por homens ilegais
com salários ilegais
Um milhão de mortos anónimos
chegam à pátria
após luta voraz contra
os povos soberanos
a memória angustiada
de um milhão de mães
e o bronze esculpido
num milhão de cruzes de guerra
são testemunho inexorável
de toda a história
Na doca ilegal
atraca um navio ilegal
com carga ilegal
estivado por homens ilegais
com salários ilegais
As carcaças podres do último naufrágio
amontoam-se ainda nos jardins
insuspeitos da casa quase branca
as notícias oficiais violam todos os obstáculos
lacónicas
interrompem sorricínicas o folhetim
dos humanos direitos
para informar que as últimas remessas
do refrigerante xis saíra com doses
excessivas de cocaína
Na doca ilegal
atraca um navio ilegal
com carga ilegal
estivado por homens ilegais
com salários ilegais
Uma lágrima salga o pranto
negro e mole da multidão atónita
soam rajadas como relâmpagos
mortíferos
um corpo mais empapa a valeta
incompreensivelmente
às portas de Washington
um granito anuncia orgulhoso
às gerações vindouras
em letras de urânio:
american way of life
O sol morno das manhãs de primavera
alumia doce a sudoeste a pequena Fresno
o Mississipi
esculpe as margens sem memória
Frutos da guerra transportados de portos ilegais para outros portos sem nome onde se amontoam cadáveres ilegais.
ResponderEliminarNeste século não dá para entender e não tem explicação tantos transportes ilegais.
Olá João
ResponderEliminarPasso para agradecer a tua nobre visita.
Fico vaidoso com os teus comentários.
Gostaria de te enviar o perfume das mais belas das minhas rosas.
Texto muito vigoroso. Do qual gostei, obviamente. Bem como da música. Abraço.
ResponderEliminarManuel
Foi um gosto estar neste blogue.
ResponderEliminarSaudações/Irene