Durmo na ponta aguçada duma gota,
afio o sonho enquanto a noite fica pronta,
no extremo em que o sono já não conta
e acordo dentro da gota, sem descobrir a ponta.
Sempre que dos dias, a manhã conta,
começas (não rigorosa) pelo meio e eu por jota,
sem apólice – que as não há de cio – tonta
e sobra tempo para que transborde a gota.
De vós, atento, nem sempre venerador,
salvo o instante dum poema de amor;
os noventa e nove graus que antecedem a fervura.
Confesso-me 43 de pé e poeta sem cura,
cidadão quase sempre avisado da mistura,
não sei se venho a tempo, senhor doutor.
afio o sonho enquanto a noite fica pronta,
no extremo em que o sono já não conta
e acordo dentro da gota, sem descobrir a ponta.
Sempre que dos dias, a manhã conta,
começas (não rigorosa) pelo meio e eu por jota,
sem apólice – que as não há de cio – tonta
e sobra tempo para que transborde a gota.
De vós, atento, nem sempre venerador,
salvo o instante dum poema de amor;
os noventa e nove graus que antecedem a fervura.
Confesso-me 43 de pé e poeta sem cura,
cidadão quase sempre avisado da mistura,
não sei se venho a tempo, senhor doutor.
Ficou lindo teu soneto João, parabéns!
ResponderEliminarTens um jeito todo especial de escrever...
Um grande abraço,
Rosana
Imenso, o instante de um poema de amor
ResponderEliminarnão é, Poeta, apenas um mero tempo -
mas uma Era, por onde perder-se atento,
e a essência pura com que se retoca a côr...
( então, cidadão, se não houver cura, haverá pelo menos o meu abraço de parabéns ! )Henrique Mendes
Confesso que gostava de entender poesia em conta ainda que ela fosse uma gota a embebedar-nos de sono na madrugada que aponta.
ResponderEliminarJá tens ha muito tempo o diagnóstico!
ResponderEliminarE não há cura, talvez apenas remédio(s)...
Porque o tempo amadureceu tua alma, Poeta.
No consultório só têm gotas de Vida e palavras para que com elas continues a ser
da Poesia... Cúmplice
Um beijinho