quinta-feira, 1 de abril de 2010

GERÚNDIO BIPOLAR


Que fazem duas traineiras no horizonte, cintilando
por imposição das ondas;
que fazem duas gaivotas debicando aos meus pés
os restos da última faina;
que fazem a água e a areia circulando sobre mim ou eu sobre elas
(não é o meu forte, a astronomia);
e o que fazem duas varinas rezando, dois pescadores
consertando as redes que o mar comeu;
que fazem dois sois e duas luas coincidentes no mesmo céu
e que faço eu dividido entre este mundo e o outro?