Não vale a pena a indignação, sempre se acaba
por sofrer de dois males: a indignação já referida
e a moléstia que tal acarreta.
Por isso não vejo porque andemos por aí a indignarmo-nos,
azedos como limões verdes.
As pessoas com quem nos cruzamos
não vão entender a nossa indignação e até são capazes
de ver em nós o motivo da sua própria indignação.
Por isso se torna imprescindível não nos tornarmos reféns
dessa prorrogativa constitucional
e mandar à merda quem acha que ver um foguete no ar,
mesmo de lágrimas é descobrir a pólvora.