sábado, 8 de fevereiro de 2020

MOSTARDA NO NARIZ


Diz o versado tribuno, que o assunto
do estômago dorido foi coice ou murro.
Pois eu não comento queixas de defunto
cheira-me a esturro.

O truque já foi usado e é demasiado velho:
baralhar as cores, fingir que es com pinta são is
e pintar panos negros e cinzentos de vermelho
torço o nariz.

Lampeiro, senhor da oração dócil e matreira,
que esconde a face, a postura moral autoritária,
vendedor de cuspo no carrossel da feira
irrita-me a pituitária.

É para desconfiar tanta ousadia do sequaz
inocentado, de fralda enxuta, pão sem sal.
Não se sabe ainda do que o alarve é capaz,
cheira-me mal.