Não
tenho qualquer dúvida em afirmar,
que
um fósforo ardendo teve origem
na
mesma caixa onde repousam em paz
trinta
e nove dos seus semelhantes em espera.
Eu
vejo a labareda consumir o fósforo
e
sei que há quem vá conferir na caixa
se
são realmente trinta e nove os restantes,
caso
os amorfos venham a ter utilidade.
A
alheia atitude significa, a meu ver,
que
depois de ter sido útil no deixa arder
da
vida, depois da negritude que supõe o fim,
o
que conta são os trinta e nove por usar.
E
nesta esperança vivemos: que os pausados
trinta
e nove fósforos iluminem o mundo.