Por
vezes os versos cintilam,
antes
ainda de serem versos,
e
mentem-me como estrelas
e
fazem-me acreditar na luz
que
brilha na minha imaginação,
se
esta for o que julgo ser.
Diluem-se,
desintegram-se
por
não serem verdadeiros versos
ou
por serem o pó que resta
da
estrela incandescente,
que
por mais resplandecente
está
a anos-luz de ser poema.
Depois
caem-me nas mãos
feitos
cinza, chuva miudinha,
tal
como as agulhas de neve,
castigando
a pele, que se avermelha
de
frio, que o sangue deixa
quando
se ausenta ou foge
e
a fulgência volta a ser poema.