quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

A LUZ DOS VERSOS


Por vezes os versos cintilam,
antes ainda de serem versos,
e mentem-me como estrelas
e fazem-me acreditar na luz
que brilha na minha imaginação,
se esta for o que julgo ser.

Diluem-se, desintegram-se
por não serem verdadeiros versos
ou por serem o pó que resta
da estrela incandescente,
que por mais resplandecente
está a anos-luz de ser poema.

Depois caem-me nas mãos
feitos cinza, chuva miudinha,
tal como as agulhas de neve,
castigando a pele, que se avermelha
de frio, que o sangue deixa
quando se ausenta ou foge
e a fulgência volta a ser poema.