O
mote é irrepreensível, já se vê:
actual
e de grande oportunidade…
Só
o porá em causa quem não o lê,
um
poema magnífico, uma raridade.
Da
metáfora então, nem se fala:
só
a um génio lembraria coisa tal,
e
se é penetrante como uma bala
não
é indigesto e ainda menos letal.
De
resto, comporta-se como gente
grave,
de poucas falas, um cavalheiro
limpo
de ádipos, evidentemente,
e
suave rima, porém, de tom certeiro.
É
certo que evita a turbamulta,
não
compromete arte ou pergaminhos
e
no dizer se vê de forma culta,
de
saudável alimento e de bons vinhos.
Vai
passando o janota, aperaltado,
exibindo
a forma como se arruma…
É
lamentável que ninguém tenha notado,
que
pena não ter utilidade alguma.
Malogrado,
com excepção da diabetes,
podia
dar-se à cura de qualquer padecimento,
mas
não, senhor do seus alfinetes,
tranca-se
por dentro e dá-se ao sentimento.