segunda-feira, 25 de junho de 2018

PÁSSAROS DA MINHA RUA




Andei por aí a ver os pássaros:
andorinhas, pardais, alvéolas, melros e estorninhos,
todos velhos amigos.
Aparentemente nada entendem de alterações climáticas
e mantêm os seus hábitos, os seus ritmos diários.
Eu é que acrescento ao momento da vida
essa preocupação, que me entorpece as asas
e me impede de cantar como eles, se é que os pássaros cantam.
Aparte estes humanos cuidados,
não há como um ninho de andorinha, um salto de pardal,
uma corrida de alvéola, a matreirice do melro
ou uma nuvem ondulante de estorninhos.
Alegra-me saber que os pássaros ainda me receiam;
assim o mundo voe ao nosso lado.