Pensei em escrever uns versos
para mandar aos meus amigos,
de uns restos que tinha dispersos
nuns papéis bastante antigos.
Primeiro os amigos, depois os versos.
Conferi versos, contei amigos
compondo a ambos, aqui e ali,
e mesmo correndo alguns perigos,
por muito poucos me decidi.
Primeiro os versos, depois os amigos.
Faltaram-me versos mais frescos,
que ainda não os tivesse dito,
com bigodes, gavinhas, arabescos
e, de gratidão, infinitos.
Aos velhos amigos, versos frescos.
Por fim, não havia versos, senão abraços,
na hora de escrever o endereço
e deixei versos com asas em pedaços,
vitais enleios a imitar o verso…
Deixei os versos, mandei abraços.