Tive um papagaio de papel,
feito de canas, folhas de jornal
e um novelo de cordel
para a coluna vertebral.
E já no céu do céu,
de tão longe que se via mal,
aquele papagaio era o meu,
mais pequeno que um pardal.
Como os demais, voava,
esse era o meu intento.
Pobre na cor mas rodopiava,
que de cores não sabe o vento.