O
mar, por tentativas,
escala
furioso a escarpa,
encharca,
corrói o mapa
em
vagas sucessivas.
É
a vez do mar
submeter, insano,
feito
oceano
e
se aventurar.
Deuses,
monstros e mitos
dormem
na praia agora
para
quem clama e chora
p’la
senhora dos aflitos.
Ó
mar de medo e águas frias,
sepultura
e estrada
que
acolheste as caravelas
-
não aos homens mas a elas –
se
nada vem do nada
que
fazemos às alegorias?
Que
nos reclamas, insurgido mar,
que
queres dum povo
prestes
de novo
a
embarcar?