Da janela vejo flores e elas
a olharem para mim
debruçadas em janelas,
que só elas o fazem assim.
Sinto o perfume das flores
como tranças de uma fada;
respiro-as e cheiro as cores,
mesmo não cheirando a nada.
Fico suspenso, preso a elas,
como o caule que as alteia:
elas oscilam, inclinadas nas janelas,
e eu saúdo-as com a mesma ideia.