terça-feira, 27 de agosto de 2013

COMO AS AVES


Muito haveria de matutar,
não fosse persuadido ateu,
ver bem vivas as aves voar,
que ao morrerem deixam o céu.

Mas assim é: efémero adejo,
etéreo e cheio de esplendor,
como é em nós claro desejo
viver a vida e morrer de amor…

Se, asado, permitisse a natureza,
seria libelinha ou beija flor:
batias as asas com destreza

qual redemoinho voador,
de peito aberto e sem defesa,
sentir fugaz evolar-se a dor.