Muito
haveria de matutar,
não
fosse persuadido ateu,
ver
bem vivas as aves voar,
que
ao morrerem deixam o céu.
Mas
assim é: efémero adejo,
etéreo
e cheio de esplendor,
como
é em nós claro desejo
viver
a vida e morrer de amor…
Se,
asado, permitisse a natureza,
seria
libelinha ou beija flor:
batias
as asas com destreza
qual
redemoinho voador,
de
peito aberto e sem defesa,
sentir
fugaz evolar-se a dor.