Pede-me João Corvo que (ao concluir este conjunto de cinco
poemas sobre a terra e a água) dê notícia política do seu profundo empenho num
mundo em que aqueles dois elementos naturais sejam preservados da cobiça
financeira que grassa em todo o mundo, nos nossos dias. E conclui dizendo: “lutemos por uma mão cheia de terra e na outra mão uma concha de água e faremos um mundo novo”.
Mais tarde ou mais cedo, o dia terá o sol
que lhe é devido. A sombra deixará de ser eu
e passará a ser a minha sombra
e à sombra de mim hei-de plantar uma flor.
Vermelha, que é a cor que eu mais gosto,
capaz de um sorriso afável ou de um grito,
depois, bem, depois secarei todas as águas,
todas as mágoas e todas as lágrimas mais teimosas.