quinta-feira, 26 de abril de 2012

26 DE ABRIL


Tinha tudo para ser resplandecente,
uma cor garrida que fosse, esta manhã
de vinte e seis de Abril.
Não pelas promessas recentes ou porque, de repente,
outro oásis nos fosse anunciado, mas somente
porque assim deveria ser. E não é.
Deveria sê-lo pelo que bastou de outros dias e noites
mal vividos; mal dormidas
e pelo que nunca será bastante de combates
pelo pão e pelo sol que todos sabemos pronunciar
e só alguns podem saborear.
Tinha tudo para ser de festa ainda
este dia 26 de abril cinzento e triste
como foram todas as noites para aqui chegar.