Silveira, Lisboa, Alcântara
Técnica mista sobre tela 40 x 120 cm
Em cada esquina, os andarilhos da cidade,
quase furtivos, emergem deslumbrados
em busca pelas ruas eternais e sem idade,
do tempo que lhes rareia e doutros fados.
A luz é o ocre sujo e consumido da caliça,
na parede que cerca o bairro por inteiro.
O sol foi deserdado, não entra aqui na liça;
cedeu lugar à lua, que a sombra está primeiro.
O céu é como o chão, a mesma irmandade
na cor e na alma feita de pedaços,
como em magotes, os andarilhos da cidade,
sulcam vielas, velhos becos, passo a passo,
a um só golpe o céu, a terra e a vontade
genuína de ter vida e cor no mesmo espaço.
quase furtivos, emergem deslumbrados
em busca pelas ruas eternais e sem idade,
do tempo que lhes rareia e doutros fados.
A luz é o ocre sujo e consumido da caliça,
na parede que cerca o bairro por inteiro.
O sol foi deserdado, não entra aqui na liça;
cedeu lugar à lua, que a sombra está primeiro.
O céu é como o chão, a mesma irmandade
na cor e na alma feita de pedaços,
como em magotes, os andarilhos da cidade,
sulcam vielas, velhos becos, passo a passo,
a um só golpe o céu, a terra e a vontade
genuína de ter vida e cor no mesmo espaço.
Um poema de dor e sentimento de partilha.
ResponderEliminarSão tantas as ruas estreitas onde o sol não brilha nem aquece aqueles que o fado abandonou.
Restam as caliças dos prédios abandonados onde dormem os cartões e as sopas trazidas no frio das madrugadas.
Um abraço João por este acordar de consciências entorpecidas.