Pablo cantava o gelo e o fogo
da pampa
do bosque
da vida
a razão enfeitiçada de um povo
que rasga a terra
como quem faz um poema
Era como se a esperança florisse
nos muros de Santiago
em letras cor de madrugada
apunhalada
pelas costas
com um sabre de prata
Era como se a noite tivesse
corvos no peito e dina
mite nas veias
morfina
e havia grãos de areia na ternura
sorrisos
a mais no vocabulário
da paciência
Mas o metal corrói
é uma larva que se entranha
e deixa lastro de sangue
em três álamos por inventar
e o metal corrói
é uma doninha que suga
exangue
e Setembro é que nos dói
da pampa
do bosque
da vida
a razão enfeitiçada de um povo
que rasga a terra
como quem faz um poema
Era como se a esperança florisse
nos muros de Santiago
em letras cor de madrugada
apunhalada
pelas costas
com um sabre de prata
Era como se a noite tivesse
corvos no peito e dina
mite nas veias
morfina
e havia grãos de areia na ternura
sorrisos
a mais no vocabulário
da paciência
Mas o metal corrói
é uma larva que se entranha
e deixa lastro de sangue
em três álamos por inventar
e o metal corrói
é uma doninha que suga
exangue
e Setembro é que nos dói
("Ultrapassar os Limites" - 1980)
Belíssimo, João. O metal é mesmo larva que corrói. Um abraço.
ResponderEliminarPois, foi em Setembro de 73. Como diria o Mingas,"esquecer eu não consigo, os massacres de Santiago". E a morte de Vitor Jara.
ResponderEliminarAlgumas memórias afloram trazidas por estes maravilhosos versos.
ResponderEliminarDesilusão ou descrença!?
Beijo
"Era como se a esperança florisse."
ResponderEliminarTudo a ver com minha postagem de hoje,
à qual chamei de "Felicidade".
Aproveitemos a-gosto!
Um beijo,
doce de lira
Gostei muito de como falas com ternura poética de um tempo de ignomínias.
ResponderEliminarAbraço.
Belo teu escrito! Tenha uma boa semana!
ResponderEliminarBeijos Luz! Ro