A
como estão por estes dias
as
palavras na bolsa de valores:
as
de honra e as vadias
e
as buriladas de várias cores.
A
como estão as rejeitadas,
as
que não constam do gráfico;
as
palavras mal paradas
e
as que são erro ortográfico.
E
as palavras-chave, que é feito delas,
que
ninguém conhece
e
se escondem cheias de cautelas
como
os números sorteados na quermesse.
E
as que são pelo poeta aproveitadas
em
fila para entrarem às centenas,
as
que não são cotadas
na
bolsa on-line dos poemas.
As
de amor, as de raiva, todas elas,
levadas
pelo vento, ditas à pressa,
recatadas,
que é bom tê-las,
palavras
que não passam de conversa.